COM MUITO TRABALHO E DEDICAÇÃO, DEPÓSITO DE ARMAS E OBJETOS DE CATANDUVA VIRA MODELO DE ORGANIZAÇÃO

NEGADO PEDIDO PARA REVERTER DECISÃO DO CONSELHO DELIBERATIVO DE CLUBE DE FUTEBOL
17 de agosto de 2016
JUSTIÇA PROÍBE COMERCIALIZAÇÃO DE BOLSAS SIMILARES ÀS DE MARCA FRANCESA
19 de agosto de 2016

Após três anos de trabalho artesanal, objetos entregues a partir de 2013 já foram totalmente catalogados

Manter a guarda de armas e objetos apreendidos durante o curso do inquérito policial e da ação penal é indispensável para o correto desfecho do caso. A análise desses itens serve de base para que o magistrado, apreciando os demais elementos de prova, forme sua convicção e profira sentença.
Após enfrentar problemas com alguns dos artefatos pertencentes ao depósito de armas e objetos da Comarca de Catanduva, o juiz Antonio Carlos Pinheiro de Freitas, da 1ª Vara Criminal, entendeu que era necessária uma reorganização. Para tanto, nomeou o escrevente Isaque Dario Valentin para executar a tarefa, que não era das mais fáceis. “Nosso primeiro grande problema era a porta, que era um modelo comum, de madeira. Precisávamos de um equipamento que nos desse segurança e conseguimos que uma empresa da região nos doasse uma porta de ferro tipo cela. A partir de então, o Isaque começou a implantar um sistema de cadastramento bastante detalhado, que minimiza a ocorrência de falhas.”
Isaque, que ingressou no Judiciário paulista em 2009, exerceu a função de carteiro durante três anos e trouxe a experiência de padronização existente nos Correios para o Tribunal. “Quando recebi essa incumbência, passei a imaginar como eu gostaria que o depósito ficasse e idealizei um lugar onde conseguíssemos encontrar qualquer objeto em segundos. Para tornar isso possível, o trabalho foi dividido em três fases – setorização, cadastro e destruição dos objetos. Começamos, então, a setorizá-los, separando-os por classe: capacetes, computadores, CDs e DVDs, celulares e os demais, cada qual em determinado local da sala. Trabalhamos todos os finais de semana por quase dois meses, das 9 às 19 horas, para começar a implantar o novo sistema de controle”, explica.
A catalogação consiste no cadastramento de cada item no sistema de Controle de Armas e Objetos do Tribunal de Justiça de São Paulo (CAO-Win), que gera uma identificação individualizada para cada um, evitando duplicidade de números e eventuais problemas de localização.
Cadastrados os objetos, era necessário pensar numa forma de distingui-los a partir da vara de origem e a solução encontrada foi simples: escrever em azul os números dos autos da 2ª Vara Criminal e em preto os da 1ª. “A visualização ficou fácil. Basta olhar para os invólucros que conseguimos distinguir a qual vara aquele objeto pertence.”
Hoje, três anos após o início do trabalho, o escrevente acredita que a missão está praticamente cumprida. Todos os objetos entregues a partir de 2013 já estão cadastrados – são mais de 5 mil itens –, assim como grande parte dos anteriores a essa data. O próximo passo, diz ele, é zerar a lista de objetos a serem destruídos, o que vem acontecendo paulatinamente. “Desde o início nosso objetivo era, além de garantir a guarda adequada de cada um dos objetos, torná-los de fácil e rápido acesso, propiciando maior segurança e celeridade ao nosso trabalho. Acredito que estamos próximos de atingir a meta”, ressalta.
A fala de Isaque é corroborada pela escrivã da unidade, Rita de Cássia Castro Rodrigues Romano, que assumiu o cargo na mesma época que ele. “No início não tínhamos controle de nada, mas graças a esse trabalho, realizado com dedicação e amor, hoje temos um controle bastante rigoroso e preciso. Foi preciso, dentre outras medidas, restringir o acesso à sala, diferentemente do passado, quando muitos entravam nela. Hoje temos mais tranquilidade para exercer nossas funções, pois temos facilidade em encontrar qualquer objeto que for requisitado.”
Para o juiz Antonio Carlos Pinheiro de Freitas, o engajamento e dedicação da equipe foram essenciais para o sucesso da empreitada. “Com a ajuda dos funcionários da unidade, em especial do Isaque, que é um servidor muito laborioso e dedicado, conseguimos resolver problemas que nos afligiam há muito. Hoje, três anos após o início da reorganização, estamos colhendo os bons frutos desse trabalho, que é digno de elogio. O Isaque foi o grande diferencial dessa mudança, pois abraçou o trabalho com bastante dedicação e empenho, e hoje podemos dizer que temos um sistema muito seguro. Creio que ele possa ser replicado em outras comarcas do Estado”, ressalta o magistrado.
Citado como principal ator na reorganização do local, Isaque prefere dividir os elogios com os companheiros de trabalho. “Minha intenção nunca foi estar em destaque, mas apenas contribuir com a equipe e a instituição à qual pertenço. Contei com a ajuda de muitas pessoas, como o escrevente Sérgio Luis Morasca, que foi essencial para conseguirmos a porta que nos foi doada. A ideia de deixar esse depositário organizado era facilitar nosso serviço e me dedicar à função principal do escrevente, que é tocar processos.”