Brasília – Confira o artigo de autoria do presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, publicado nesta sexta-feira (5) no jornal Correio do Povo:
O voto é uma procuração de plenos poderes
Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB
É imprescindível que a ponderação, o equilíbrio e temperança sejam a tônica das relações de nossa sociedade e, principalmente, os guias na importantíssima escolha que precisamos fazer no dia 7 de outubro. A definição do país que se pretende viver depende de cada um de nós e cada cidadã e cidadão brasileiro devem estar compromissados em votar de maneira consciente e em fiscalizar ostensivamente o trabalho das eleitas e eleitos.
Embora o grande debate nacional – cada dia mais polarizado – evidencie os candidatos à Presidência da República, é fundamental que haja um exame aprofundado sobre o voto que vamos dar para deputados estaduais, federais, senadores e governador. O voto é uma procuração que dá poderes aos eleitos para tomar decisões em nome de toda a sociedade.
Você daria uma procuração com plenos poderes a qualquer um? Portanto, o insumo essencial, neste momento, além da responsabilidade com o poder/dever do voto é o da defesa da moderação, do equilíbrio no pleito eleitoral. Acima de tudo, precisamos da Força da Serenidade. Não há veneno maior para a democracia que o da radicalização. Não podemos permitir que isso avance e se consolide.
A crise se desdobra em todas as vertentes da governabilidade: crise política, econômica, social e moral. Soma-se a isso o perigoso fenômeno das chamadas fake news, que aumentam a perplexidade e, frequentemente, se transfiguram em fator perturbador da ordem pública, representando um claro e objetivo risco ao processo democrático e, consequentemente, ao próprio Estado Democrático de Direito.
É dever respeitar o desejo da maioria, como prega aquela que deve ser a primeira e mais importante ideologia a ser seguida – a Constituição Federal – que nos últimos 30 anos garantiu amplo rol de direitos humanos fundamentais e alinhou o Brasil com os valores democráticos e republicanos mais avançados no mundo, ainda que em inúmeros pontos careça de efetividade plena.
E é justamente isso que se busca agora. Essa é a meta que cada um de nós precisa estabelecer ao escolher os seus eleitos.
Fonte: www.oab.org.br